Por mais que o dinheiro e o poder tenham
conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com
folga. Tudo o que todos querem é amar, encontrar alguém que faça bater mais
forte o coração e justifique loucuras.
Essa semana escutei uma frase em um encontro e bate-papo
com amigos:“Ta complicado, por que fui me
apaixonar”?
Não amar, para muitas pessoas por incrível que
pareça, ainda é melhor do que ter o coração dilacerado por uma possível
separação amorosa. É o tal medo do amor, medo do envolvimento.
É verdade também, que o candidato a este ou
aquele amor tem que cumprir certos requisitos, como aquela outra pergunta: “Tu achas ele (a) bonito (a)”?
A questão é que sempre estamos tentando
justificar a escolha do sentimento de um parceiro em detrimento do outro.
Não decidimos em nos apaixonar, somos envolvidos avassaladoramente
por sentimentos e por um amor capcioso.
Assisto, que cada vez que nos apaixonamos,
estamos tendo uma nova chance de acertar, de nos renovar, estamos tendo a
oportunidade de escrever uma nova história, de sermos estreantes em uma trama,
muito embora alguns já tenham feito papel de coadjuvantes ou anônimos. Qualquer
papel e interpretação que você assumir, quanto às atitudes que tomar serão novidades
é a chance de você ser um personagem novo.
Um novo amor é a plateia ideal para nos
reafirmarmos. Você é o diretor, dono do roteiro, você conduz os episódios e
apresenta seu personagem sob a sua melhor performance.
Estar apaixonado por outro, é basicamente estar
apaixonado por si mesmo, porém em outra versão, pois temos que nos engrandecer,
mas para isso temos que usar nosso próprio papel e a nós mesmos.
Mesmo as pessoas felizes precisam reavaliar
escolhas, confirmar sentimentos, renovar votos, corrigir erros, e apaixonar-se
de novo pelos seus próprios parceiros, nem sempre dá conta disso, eles já
conhecem todos os truques e figurinos, sabem contra o quê brigamos, nos
tornando previsíveis.
Muitas vezes o que precisamos é de alguém “virgem” de nós, que permita uma (re) criação
de nós mesmos.
Em suma, amar não requer um conhecimento prévio
de uma escolha, nem consulta aos capítulos anteriores, ama-se pelo que o amor
tem de indefinível.
PS: Esta Crônica, encontra-se na última edição #01 da Revista Cornucopia Vacua - Dez/2014.
https://cornucopiavacua.wordpress.com/
(Possuo alguns exemplares a disposição).
Saudações aos Sentimentos.
(Possuo alguns exemplares a disposição).
Saudações aos Sentimentos.